Eduardo Augusto Guimarães

Eduardo Augusto Guimarães (1946- ), natural do Rio de Janeiro (RJ), nasceu no dia 09 de janeiro de 1946. Graduado em engenharia civil e economia (UFF), mestre em engenharia de produção (UFRJ) e doutor em economia pela University College London (UCL), ocupou os cargos de Diretor de Pesquisa (1986-1987) e Diretor Geral (1987-1988) no IBGE durante o período de implantação da Nova República. Participou das discussões sobre o processo de substituição dos censos econômicos por estatísticas anuais de base cadastral e da reforma administrativa, que incluiu a fusão de diretorias, a revisão do programa de pesquisa, a reestruturação da rede de coleta e a criação do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI). O forte movimento sindical ocorrido durante o período em que presidiu a Instituição (1990 a 1992), expressa a insatisfação dos servidores públicos com a política do Estado Mínimo, a que se acrescem reivindicações gerais e específicas do funcionalismo, conjuntura que levaram-no a lidar com demissões, disponibilidades e greves durante sua permanência no cargo de dirigente do Instituto. Apesar de intensa luta para a realização do Censo demográfico na data-base prevista, o IBGE só consegui realizar a operação censitária, em 1991, interrompendo, com isso, a periodicidade histórica da pesquisa. Ao afastar-se da presidência do IBGE, Eduardo Augusto Guimarães exerceu, entre outros, os cargos de Secretário do Tesouro Nacional, Presidente do Banco do Estado de São Paulo S. A. e Presidente do Banco do Brasil.

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Ficha técnica

Área de Atividade: gestão pública; estatísticas demográficas, sociais e econômicas; professor

Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.

Data: 13/03/2006

Local da gravação:IBGE/ CDDI - Rio de Janeiro (RJ)

Duração: 120 min

Dados biográficos

Nome completo: Eduardo Augusto Guimarães

Nascimento: 09/01/1946 - Rio de Janeiro (RJ)

Data de entrada no IBGE: 1985

Data de saída ou aposentadoria: 1992

Formação ou cargo: engenheiro civil (Universidade Federal Fluminense ); economista (Universidade Federal Fluminense); mestre em engenharia de produção (Universidade Federal do Rio de Janeiro); doutor em economia (University College London)

Principais atividades: Diretor de Economia (1985/86); Diretor de Pesquisas (1986/87); Diretor Geral (1987/88); Presidente (1990/92)

Assuntos

  • abertura política;
  • Nova República;
  • Edmar Lisboa Bacha;
  • gestão pública;
  • demissões;
  • interferência política;
  • estrutura organizacional;
  • inovações tecnológicas;
  • estatísticas econômicas;
  • estatísticas sociais;
  • metodologia de pesquisa;
  • censos econômicos;
  • estatísticas agropecuárias;
  • reforma administrativa;
  • Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI);
  • disseminação de informações;
  • produção de estatísticas;
  • estatísticas primárias;
  • estatísticas derivadas;
  • análise de dados estatísticos;
  • rede de coleta;
  • índices de preços;
  • desassonalização;
  • indicadores econômicos;
  • Plano Cruzado;
  • governo José Sarney (1985-1990);
  • Edson de Oliveira Nunes;
  • extinção do curso técnico ENCE;
  • Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE);
  • Estatísticas do Cadastro Central de Empresas;
  • Sistema Estatístico Nacional (SEN);
  • amostragem;
  • geociências;
  • informática;
  • sindicalismo;
  • greve;
  • Charles Curt Müller;
  • gestão de recursos humanos;
  • disponibilidade de servidores;
  • governo Fernando Collor de Melo (1990-1992);
  • relações institucionais;
  • Censo demográfico 1991;
  • censitários;
  • regime estatutário;

Sumário

  • origem social, formação escolar e trajetória profissional;
  • nomeação para o cargo de diretor da Diretoria de Economia na gestão de Edmar Lisboa Bacha (1985/1986);
  • a composição da diretoria do IBGE no contexto da Nova República;
  • readmissão de servidores com a redemocratização e as pressões políticas em função da nomeação dos novos delegados do IBGE nas unidades da federação;
  • mudanças técnicas: 1- adequação da estrutura do Órgão em relação ao avanço da informática, 2- revisão do programa de pesquisas abrangendo reavaliações, reformulações metodológicas e identificação de novas pesquisas, 3- a experiência desenvolvida com os censos econômicos em função da integração com as demais pesquisas industriais, comerciais e de serviços na perspectiva de uma nova concepção sistêmica;
  • a defasagem das estatísticas agropecuárias;
  • a reforma administrativa no IBGE na gestão de Edmar Lisboa Bacha;
  • criação do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI);
  • efeitos da criação da Diretoria de Pesquisas (DPE) no processo de produção de estatística;
  • descentralização da área administrativa;
  • estatísticas primárias e derivadas e a integração por área de produção;
  • aproximação entre produção de estatísticas e análise de dados;
  • incorporação do Núcleo de Metodologia à DPE;
  • a estrutura organizacional e o processo de produção de estatísticas;
  • reestruturação da rede de coleta;
  • o pedido de demissão do presidente Edmar Lisboa Bacha e os expurgos dos índices de preços nos Planos Cruzados I e II durante o governo José Sarney (1985-1990);
  • gestão Edson de Oliveira Nunes (1987-1988) vista como continuidade da gestão Edmar Lisboa Bacha;
  • o esvaziamento da Diretoria de Administração e a absorção de suas funções pela Diretoria Geral na gestão de Edson de Oliveira Nunes;
  • a proposta de transferência da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) para as universidades públicas e a desativação do seu curso técnico de 2º grau;
  • a substituição dos censos econômicos por estatísticas anuais de base cadastral;
  • Sistema Estatístico Nacional (SEN);
  • estatísticas primárias e derivadas sob a ótica do custo financeiro e da atual qualidade das pesquisas por amostragem;
  • a área de geociências;
  • descentralização da informática;
  • greve dos servidores do IBGE e a demissão do presidente Edson de Oliveira Nunes no governo José Sarney;
  • gestão de Charles Curt Müller (1988-1990);
  • reestruturação das delegacias do IBGE nas unidades estaduais com a criação dos Departamentos Regionais (DEREs);
  • o processo de "enxugamento" e de disponibilidade dos servidores durante o governo Fernando Collor de Melo (1990-1992);
  • greves no governo Collor e o posicionamento como dirigente do IBGE em relação aos dias parados;
  • tratamento dado aos servidores grevistas pelo governo federal e o pedido de exoneração da presidência com a finalização da coleta do Censo demográfico 1991;
  • razões para o adiamento do Censo demográfico 1990;
  • demissões dos servidores do chamado quadro censitário às vésperas da mudança do regime celetista para o Regime Jurídico Único (RJU);
  • reabordagem do processo de "enxugamento" no IBGE e das divergências e falta de sincronia com o governo federal durante as greves dos servidores;
  • mudanças ocorridas no processo de produção de estatística;
  • salário, qualificação e renovação do corpo técnico;
  • o papel e a relevância do IBGE como instituição pública;