Christovam Leite de Castro nasceu em 15 de abril de 1904, na cidade de Belo Horizonte. Receberia, desde cedo, influências familiares tanto tradicionalistas quanto progressistas: seu pai, Joaquim Domingos Leite de Castro, engenheiro, Senador, Deputado Federal pelo Estado de Minas Gerais, descendia de ilustres militares que desempenharam papel relevante na Guerra do Paraguai, Proclamação da República e Revolução de 30; sua mãe, Clotilde da Rocha Leite de Castro, pertencia à tradicional família mineira, construtores de obras importantes na cidade de S. João del Rey e detentores da concessão da Estrada de Ferro Oeste de Minas.
A educacão adquirida no colégio dos jesuítas, inicialmente, na cidade do Rio de Janeiro e, posteriormente, em Nova Friburgo (RJ), completaria sua formação cultural e moral. Ingressa em 1923 na Escola Politécnica, hoje Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduando-se engenheiro geógrafo em 1926 e civil, em 1928. Enquanto estudante, obtém todos os prêmios oferecidos no curso de engenharia civil: Prêmio Vestibular (1923) e Medalha Gomes Jardim (1925), pelo 1º lugar conquistado nos três primeiros anos; Medalha Morsing (1927), como 1º colocado em todo o curso, distinguido com medalha de ouro ao receber o prêmio Paulo de Frontin, então professor e diretor da Escola, que lhe convida para ser seu assistente na cadeira de máquinas, na própria Politécnica do Rio de Janeiro (1928-29).
Seu contato com a Geografia se dará através do Ministério da Agricultura (1933), desempenhando a função de chefe da Seção de Estatística Territorial, seção esta que seria o núcleo do Conselho Nacional de Geografia, do qual Leite de Castro foi Secretário-Geral desde sua criação, em 1937 até 1950.
Assume o cargo de diretor-técnico da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (l930), a convite de Augusto Ferreira Ramos, permissionário daquela empresa, situação em que se manteria mediante o prolongamento sucessivo da concessão da exploração das linhas aéreas. Cabe a Christovam Leite de Castro implantar (1972) o novo Sistema Teleférico do Pão de Açúcar onde ideliza, projeta, realiza e supervisiona a construção das estações e a montagem dos equipamentos, entregando à cidade do Rio de Janeiro um sistema prático, seguro e com tecnologia avançada.
Participa de diversas comissões que conferem modernidade à atividade geográfica brasileira: Comissão de Geografia do Instituto Pan-Americano de Geografia e História (1946); Comissão de determinação do verdadeiro local do Descobrimento do Brasil (1947) e da Comissão de Localização da Nova Capital (1948), nas duas últimas, nomeado pelo Presidente da República; e Comissão Brasileira da União Geográfica Internacional.
Enquanto à frente do Conselho Nacional de Geografia, Leite de Castro participa da sua instalação, da implantação do sistema nacional de cooperação destinado a congregar os serviços geográficos do país nas esferas federal, estadual e municipal, inclusive privada, da criação dos órgãos deliberativos superiores e diretórios central e regionais, além de definir programas de ação e atividades correlatas para a execução dos objetivos propostos.
Ao seu tempo, a ciência geográfica experimenta acentuada evolução expandindo-se, muito pela introdução da moderna metodologia adotada que a torna atividade significativa para o planejamento dos programas políticos, sociais e econômicos. Certamente, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de intensa atividade geográfica não só do ponto de vista quantitativo mas, também e sobretudo, qualitativo, Leite de Castro engenheiro, geógrafo e professor, ao falecer em 7 de maio de 2002 deixa-nos obra relevante e do seu pensamento emerge a síntese de suas ações, extraída de suas palavras:
"Na minha vida profissional realmente há duas realizações muito importantes. Ao influxo da Divina Providência consegui plantar duas admiráveis árvores: uma cultural, que foi o Conselho Nacional de Geografia; outra árvore turística, que é o novo Bondinho do Pão de Açúcar."
Saiba mais nos eventos Pioneiros do IBGE e Painel Memória.
Fotos
Produção Intelectual
Cartografia
- Atualidade da cartografia brasileira. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 462-470, jul. 1940.
- Comunicação do Engº C. Leite de Castro na Quarta Reunião Anual do American Congress on Surveying and Mapping. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 300-303, abr./jun. 1944.
- Geografia e cartografia. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 483-485, jul./set. 1945.
- Teixeira de Freitas e a sua influência na implementação do Conselho Nacional de Geografia. In: ENCONTRO Comemorativo do Centenário de Teixeira de Freitas. Rio de Janeiro, IBGE, 1991. 80 p. (Documentos para disseminação. Memória institucional, 2). p. 33-43.
Divisão Territorial
- A mudança da capital do país. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 449-451, jul./set. 1948.
- A mudança da capital do país à luz da ciência geográfica. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 279-285, abr./jun. 1947.
- A transferência da capital do país para o planalto central. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 8, n. 4, p. 567-572, out./dez. 1946.
Estatística Territorial
- O Serviço de Geografia e Estatística Fisiográfica. Revista Brasileira de Estatística, Rio de Janeiro, v.4, n.14, p.225-230, jun. 1943.
IBGE
- Histórico da criação do Conselho Nacional de Geografia. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 9, jan. 1939.
Editoriais do Boletim Geográfico
Amazônia
- Hiléia Amazônica. v.5, n.54, p.629-630, set. 1947.
Associação dos Geógrafos Brasileiros
- Associação dos Geógrafos Brasileiros. v.5, n.57, p.965-966, dez.1947.
- Reunião de geógrafos em Belo Horizonte. v.7, n.83, p.1235-1236, fev.1950.
- Reunião Geográfica de Lorena. v.3, n.35, p. 1373-1374, fev. 1946.
Atividades geográficas
- Biblioteca Geográfica Brasileira. v.3, n.28, p. 519-520, jul. 1945.
- Boletim Geográfico. v.1, n.4, p. 3-4, jul. 1943.
- Feliz coincidência. v.3, n.25, p. 5-6, abr. 1945.
- Geografia atual. v.6, n.62, p.125-126, maio 1948.
- Geografia do Brasil. v.7, n.84, p.1393-1394, mar. 1950.
- Recursos naturais e proteção da natureza. v.7, n.77, p.453-454, ago. 1949.
- Um ano de divulgação geográfica. v.2, n.13, p.3-4, abr. 1944.
- Utilidade da geografia. v.7, n.79, p.685-686, out. 1949.
Cartografia
- Cartografia Mundial. v.7, n.75, p.223-224, jun.1949.
- Cartografia Pan-Americana. v.6, n.68, p.819-820, nov.1948.
- Mapa do Brasil. v.3, n.34, p.1265-1266, jan. 1946.
- Mapas Estaduais. v.6, n.65, p.451-452, ago. 1948.
- Plano Nacional de Cartografia. v.6, n.66, p.555-556, set. 1948.
- Uniformização da cartografia brasileira. v.3, n.31, p.913-914, out. 1945.
Censo 1950
- O Censo das Américas. v.6, n.72, p.1341-1342, mar.1949.
Cursos e Aperfeiçoamento
- Aperfeiçoamento de professores de geografia. v.3, n.30, p.815-816, set. 1945.
- Curso de aerofotogrametria. v.7, n.81, p.929-930, dez. 1949.
- Cursos de férias. v.5, n.59, p.1215-1216, fev. 1948.
Divisão territorial
- Áreas territoriais. v.4, n.48, p.1565-1566, mar. 1947.
- Aspecto histórico da mudança da capital do Brasil. v.5, n.49, p.3-4, abr. 1947.
- Divisão territorial. v.5, n.60, p.1399-1400, mar. 1948.
- O exemplo de Pernambuco e Alagoas na solução dos casos de limites interestaduais. v.4, n.40, p.401-402, jul. 1946.
- Geografia e administração. v. 6, n. 61, p. 3-4, abr. 1948.
- Limites interestaduais. v. 2, n. 21, p. 1289-1292, dez. 1944.
- A mudança da capital do país. v.4, n.47, p.1435-1436, fev.1947.
- A nova divisão territorial do país. v.1, n.2, p.3-4, maio 1943. (Boletim do Conselho Nacional de Geografia até junho de 1943 e, após, Boletim Geográfico).
- A sistemática da divisão territorial do país. v.2, n.24, p.1825-1828, mar. 1945.
- A transferência da capital do Brasil. v.4, n.45, p.1087-1088, dez. 1946.
IBGE
- Assembleia Nacional de Geografia. v.4, n.41, p.551-552, ago. 1946.
- A Biblioteca Pública de Manaus. v.3, n.33, p. 1157-1158, dez. 1945.
- Centenário expressivo. v.5, n.55, p.743-744, out. 1947.
- Comemoração expressiva. v.7, n.73, p.3-4, nov.1949.
- Congresso Internacional de Geografia. v.7, n.74, p.115-116, maio 1949.
- A criação do Serviço de Geografia e Cartografia. v.2, n.18, p.813-816, set. 1944.
- Fotografias aéreas. v.6, n.64, p.329-330, jul. 1948.
- Geógrafos na Bahia. v. 7, n. 76, p. 325-326, jul. 1949.
- Intercâmbio cultural com a França. v.4, n.46, p.1263-1264, jan. 1947.
- Intercâmbio cultural internacional. v.2, n.20, p.1127-1128, nov. 1944.
- Nono aniversário da instalação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. v.3, n.26, p.159-162, maio 1945.
- Perspectivas de 1945. v.2, n.22, p.1475-1476, jan. 1945.
- Perspectivas de 1948. v.5, n.58, p.1081-1082, jan. 1948.
- Programa de 1949. v.6, n.70, p.1143-1144, jan. 1949.
- Significativa visita. v.7, n.82, p.1087-1088, jan. 1950.
Instituto Pan-Americano de Geografia e História
- IV Assembléia Geral do Instituto Pan-Americano de Geografia e História. v.3, n.32, p.1045-1048, nov. 1945.
- O Brasil na Reunião Pan-Americana de Geografia e História. v.4, n.42, p.677-678, set. 1946.
- Comissão Pan-Americana de Geografia. v.4, n.39, p.263-264, jun. 1946.
- Conferência Pan-Americana de Geografia e Cartografia. v.4, n.44, p.939-940, nov. 1946.
- Geografia das Américas. v. 7, n. 78, p. 597-598, set. 1949.
- Reunião conjunta dos presidentes dos Comitês Científicos da Comissão de Geografia do I.P.G.H. v.8, n.86, p.131-132, maio 1950.
- A reunião do Instituto Interamericano de Estatística e os mapas censitários. v.3, n.36, p.1513-1514, mar. 1946.
- I Reunião Pan-Americana de Consulta sobre Geografia. v.6, n.71, p.1265-1266, fev.1949.
- Reunião Pan-Americana de Geografia. v.6, n.69, p.999-1000, dez.1948.
- Secção Brasileira do Instituto Pan-Americano de Geografia e História. v.5, n.56, p.869-870, nov.1947.
- A volta do Brasil ao Instituto Pan-Americano de Geografia e História. v.2, n.23, p.1665-1666, fev. 1945.
Municipalismo
- Campanha municipalista. v.8, n.85, p.3-4, abr. 1950.
Rui Barbosa
- Rui Barbosa e a Geografia. v.7, n.80, p.817-818, nov. 1949.