José Bastos Távora (1919-2004), natural do Rio de Janeiro, nasceu no ano de 1919. Estatístico, trabalhou no IBGE entre 1942 e 1983, desenvolvendo atividades no Laboratório de Estatística, onde ocupou o cargo de diretor e diretor-substituto (1963-1973). Conviveu estreitamente com Giorgio Mortara, acompanhando a evolução dos trabalhos do Laboratório e a reformulação das estatísticas econômicas ao longo das décadas de 1950, 1960 e 1970. Faleceu em 12 de fevereiro de 2004.
Ficha técnica
Nome: José Bastos Távora
Área de Atividade: análise de dados estatísticos
Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.
Data: 13/03/2002
Local da gravação: IBGE/CDDI - Rio de Janeiro ( RJ)
Duração: 120 minutos
Dados biográficos
Nome completo: José Bastos Távora
Nascimento: Rio de Janeiro (RJ) - 1919
Falecimento: 12/02/2004
Data de entrada no IBGE: 1945
Data de saída ou aposentadoria: 1983
Formação ou cargo: estatístico
Principais atividades: Diretor do Laboratório de Estatística (de 1963 ao início da década de 1970)
Assuntos
- Laboratório de estatística;
- Anuário Estatístico do Brasil (AEB);
- Giorgio Mortara;
- Produto Interno Bruto (PIB);
- estatísticas econômicas;
- Fundo de Participação de Estados e Municípios;
- Centro de Estatísticas Demográficas;
- Centro Brasileiro de Estatísticas Educacionais;
- Sistema Estatístico Nacional (SEN);
- Conferência Nacional de Estatística (CONFEST);
- Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC);
- contas nacionais;
- estatísticas primárias;
- estatísticas derivadas;
- crise da estatística 1952;
- autonomia técnica
Sumário
- A experiência no IBGE como codificador do Censo demográfico 1940;
- o serviço militar no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – CPOR, o retorno ao IBGE e as rápidas passagns pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP e pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado – IPASE;
- o concurso para o então Ministério da Educação e Cultura – MEC e o trabalho desenvolvido na Biblioteca Nacional;
- o ingresso no IBGE, o estágio como auxiliar de estatística e a efetivação em 1945;
- a atividade de revisão das tabelas no serviço de sistematização do Anuário Estatístico do Brasil;
- a seleção interna e o curso preparatório para atuar no Laboratório de Estatística;
- a relevância de Giorgio Mortara na criação, estruturação e na formação dos quadros técnicos do laboratório;
- a importância de Alexandre de Moraes para as estatísticas econômicas, de Giorgio Mortara e do laboratório para as estatísticas demográficas e sociais;
- a criação do Anuário Estatístico do Brasil por Mário Augusto Teixeira de Freitas e seu significado para as relações exteriores e o conhecimento do país;
- o Registro Civil como um exemplo procedente de crítica à qualidade das estatísticas produzidas no Brasil nas décadas de 1940 e 1950;
- a responsabilidade pelas estatísticas econômicas do Anuário Estatístico do Brasil e a convivência com Giorgio Mortara;
- as dificuldades para contratação de pessoal e a utilização de estagiários da ENCE no laboratório de estatística;
- os trabalhos desenvolvidos pelo laboratório (1950-1970), e a reformulação das estatísticas econômicas em razão do processo de elaboração do Produto Interno Bruto – PIB;
- a aplicação das Leis Complementares e as estatísticas municipais em função do Fundo de Participação dos Municípios;
- a criação no início da década de 1970 do Centro de Estatísticas Demográficas e do Centro Brasileiro de Estatísticas Educacionais, parte integrante do processo de organização do Sistema Estatístico Nacional;
- a definição do Sistema de Indicadores Educacionais com a participação do Serviço de Estatística de Educação e Cultura no processo de organização do Sistema Estatístico Nacional;
- a contribuição do laboratório para a Primeira Conferência Nacional de Estatística (CONFEST/1968) com os seguintes temas: Plano Nacional de Estatísticas Básicas, a aplicação da amostragem em levantamentos prioritários nos censos de 1970, as estatísticas derivadas e a formação e aperfeiçoamento de pessoal;
- o Sistema de Índice de Preços e as Contas Nacionais na gestão de Isaac Kerstenetzky (1970/1979);
- o efeito da defasagem tecnológica na realização das pesquisas;
- a apresentação de Lourival Câmara sobre levantamentos por amostragem e a resposta de Mário Augusto Teixeira de Freitas acerca das divergências relativas à produção das estatísticas primárias e derivadas na década de 1950;
- a utilização pública do relatório elaborado por Lourival Câmara sobre o Sistema Estatístico Nacional e a crise da estatística na gestão do General Djalma Polli Coelho (1951/1952);
- o incidente com o Presidente Isaac Kerstenetzky, a quebra de confiança e a entrega do cargo de Diretor do Laboratório de Estatística;
- a autonomia técnica do IBGE e o salto de qualidade a partir de 1955 em relação a análise de dados;
- a fase das estatísticas setoriais produzidas pelo IBGE, dispersas e sem coordenação;
- o aumento do número de municípios sem condições econômicas e demográficas na gestão de Jessé Montello (1979/1985);
- o pedido de aposentadoria; a incorporação das Contas Nacionais pelo IBGE na gestão de Isaac Kerstenetzky (1970/1979).