Marilourdes Lopes Ferreira

Marilourdes Lopes Ferreira (1945-2021), nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 28 de outubro de 1945. Graduada e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1974 –1976), possui uma vasta experiência na área geográfica, com destaque em análise multivariada aplicada à geografia, análise regional, regionalização e teoria do desenvolvimento regional. Ingressou no IBGE como estagiária (1970), sendo efetivada no quadro funcional, em 1974. Exerceu os cargos de Assistente-Chefe da Superintendência de Estudos Geográficos e Socioeconômicos (1975-1978), Assessora-Chefe da Diretoria Técnica (1978-1979), Chefe da Divisão de Estudos Regionais do Departamento de Geografia (1980-1982), e, durante dois períodos, foi Diretora-Adjunta da Diretoria de Geociências (1987-1993 e 1995-1997). Já aposentada, gerenciou o projeto da Diretoria de Geociências, Base Operacional do Censo 2000 (1997-1998). Ao longo desses anos, no IBGE, sempre esteve presente no processo de transformação do seu campo de conhecimento, desde a fase de introdução da geografia quantitativa até a reestruturação da área de geociências com a reforma administrativa. Na área acadêmica, atuou como professora do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (1980-1989 e 1992), como professora convidada do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (1990-1991), e professora da Pós-Graduação da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE, tanto no Curso de Especialização em Análise Ambiental e Gestão do Território (1998-2004) como no Mestrado, na área de concentração em Produção e Análise da Informação Geográfica (1999-2003), nesta oportunidade orientou diversas monografias e foi coorientadora de dissertações de mestrado. Aposentou-se pelo IBGE, em 1997.

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Ficha técnica

Nome: Marilourdes Lopes Ferreira

Área de Atividade: Geociências

Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.

Data: 02/10/2003

Local da gravação: IBGE/CDDI - Rio de Janeiro (RJ)

Duração: 119 minutos

Dados biográficos

Nome completo: Marilourdes Lopes Ferreira

Nascimento: Rio de Janeiro (RJ) - 28/10/1945

Falecimento: Rio de Janeiro (RJ) - 31/07/2021

Data de entrada no IBGE: 1970 (estagiária); 1974 (contratada)

Data de saída ou aposentadoria: 1997 (aposentadoria)

Formação ou cargo: Geógrafa; Mestre em geografia (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ)

Principais atividades: Chefe da Divisão de Estudos Regionais; Assessora da Diretoria Técnica; Diretora - adjunta da Diretoria de Geociências

Assuntos

  • geografia;
  • geografia quantitativa;
  • regiões metropolitanas;
  • planejamento nacional;
  • demissões;
  • estrutura organizacional;
  • cursos de pós-graduação;
  • autonomia técnica;
  • Isaac Kerstenetzky;
  • metodologia de pesquisa;
  • sistemas de informação;
  • gestão pública;
  • Jessé de Souza Montello;
  • cartografia;
  • reforma administrativa;
  • Edmar Lisboa Bacha;
  • geociências;
  • Radar na Amazônia (RAMBRASIL);
  • greve;
  • Edson de Oliveira Nunes;
  • Silvio Augusto Minciotti;
  • Sistema Estatístico Nacional (SEN);
  • disseminação de informações;
  • Simon Schwartzman;
  • base cartográfica dos censos;
  • Censo demográfico 2000;
  • Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE);
  • capacitação profissional;
  • relações institucionais;
  • Charles Curt Müller;
  • Eduardo Augusto Guimarães;
  • Projeto Memória Institucional

Sumário

  • Origem social, influências políticas e formação escolar;
  • a paixão pela geografia;
  • a necessidade da geografia para a produção de estatísticas;
  • a geografia quantitativa como parte do conteúdo da entrevista para o estágio no IBGE;
  • a indicação para participar como estagiária do trabalho de definição das regiões metropolitanas em função do planejamento nacional;
  • a análise multivariada como base de referência para a elaboração do trabalho das regiões metropolitanas;
  • as demissões dos estagiários no início da década de 1970;
  • a influência dos geógrafos Speridião Faissol, Berta Becker e Marília Galvão na sua formação profissional;
  • o curso de mestrado em geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  • o ingresso no IBGE como contratada em 1974;
  • a instituição da Fundação IBGE;
  • a experiência como assistente da Superintendência de Estudos Geográficos e Socioeconômicos;
  • o método de trabalho e a autonomia das áreas técnicas durante a gestão de Isaac Kerstenetzky (1970/1979);
  • a criação da Divisão de Desenvolvimento Metodológico na década de 1970 e a contribuição para o processo de informatização;
  • o modelo organizacional da Diretoria Técnica;
  • a demissão do presidente Isaac Kerstenetzky e o efeito imediato na área de geografia;
  • a experiência como gestora na chefia da Divisão de Estudos Regionais no início da década de 1980;
  • a gestão de Jessé de Souza Montello (1979/1985);
  • o ingresso no corpo docente da UFRJ;
  • as mudanças ocorridas na área de cartografia na década de 1980;
  • o equilíbrio entre perfil técnico e gerencial para ocupar cargos de chefia;
  • a reforma administrativa na gestão de Edmar Lisboa Bacha (1985/1986);
  • a reforma administrativa na área de geociências e a absorção dos funcionários do Radar na Amazônia (RADAMBRASIL) pelo IBGE;
  • a continuidade da reforma administrativa na gestão de Edson de Oliveira Nunes (1987/1988);
  • a experiência como diretora-adjunta da Diretoria de Geociências;
  • a área de geociências e sua reestruturação no contexto das greves ocorridas no final dos anos 1980 e 1990;
  • a secundarização da geografia na gestão de Jessé de Souza Montello;
  • o trabalho realizado na Diretoria de Pesquisas sobre o Sistema Estatístico Nacional na gestão de Silvio Augusto Minciotti (1993/1994);
  • o retorno à área de geociências como diretora-adjunta em 1995;
  • geociências, informática, produção e disseminação de informações na gestão de Simon Schwartzman (1994/1999);
  • a discussão sobre os modelos de Organização Social e Agência Executiva durante a reforma administrativa na gestão de Simon Schwartzman;
  • a discordância com a área de geociências pelo tratamento dado à reforma administrativa; o pedido de aposentadoria em 1997;
  • a permanência até 1998 para coordenar a base operacional do Censo demográfico 2000;
  • o prosseguimento da atividade docente na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE);
  • a área de geociências na ENCE com a implantação do Departamento de Treinamento;
  • o exercício do magistério como docente do curso lato sensu Análise Ambiental e Gestão do Território, da ENCE;
  • a atuação na estrutura organizacional do mestrado em Produção e Análise de Informação Geográfica, do Programa de pós-graduação da ENCE;
  • a Escola no contexto da reforma administrativa e sua importância como centro de referência na formação de estatísticos;
  • a área de estudo de geociências com parte integrante da ENCE;
  • os efeitos das mudanças de direção na continuidade dos traballhos do IBGE;
  • a gestão de Isaac Kerstenetzky;
  • as relacões do IBGE com o governo federal nas gestões de Isaac Kerstenetzky e Jessé de Souza Montello;
  • a gestão de Charles Curt Müller (1988/1990);
  • a gestão de Eduardo Augusto Guimarães (1990/92); reabordagem da gestão de Simon Schwartzman;
  • o papel desempenhado por Nuno Duarte da Costa Bittencourt na Diretoria de Planejamento e Coordenação;
  • o trabalho do Projeto Memória visto na perspectiva de sua contribuição para repensar o IBGE como instituição pública.