Carmen de Jesus Garcia

Carmen de Jesus Garcia (1949- ), nasceu no dia 08 de novembro de 1949, no Rio de Janeiro (RJ). Economista especializada em economia industrial e políticas públicas, mestre em engenharia de produção, ingressou no IBGE em 1974. Participou das transformações ocorridas na gestão de Isaac Kerstenetzky, sobretudo na área das pesquisas econômicas, onde ao longo de sua trajetória ocupou os cargos de Coordenadora dos Censos Econômicos e de chefe do Departamento de Indústria, Comércio e Serviços. Sempre defendendo a ideia da autonomia técnica, da construção de canais institucionais de debates e da retomada do IBGE como Instituto de Pesquisa, foi demitida na gestão de Jessé de Souza Montello, retornando ao Órgão na Nova República. Acompanhou o processo de transição dos Censos Econômicos para o Censo Cadastro, desligando-se dos cargos de chefia durante o governo Fernando Collor de Melo quando militava no movimento sindical dos trabalhadores do IBGE. Aposentou-se em 2011.

 

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Ficha técnica

Nome: Carmen de Jesus Garcia

Área de Atividade: Estatísticas econômicas

Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.

Data: 15/10/2003

Local da gravação: IBGE/CDDI - Rio de Janeiro (RJ)

Duração: 110 minutos

Dados biográficos

Nome completo: Carmen de Jesus Garcia

Nascimento: Rio de Janeiro (RJ) - 08/11/1949

Data de entrada no IBGE: 1974

Data de saída ou aposentadoria: 2011 (aposentadoria)

Formação ou cargo: Economista; especialização em economia industrial e em políticas públicas; Mestrado em engenharia de produção; Doutoranda, na data da entrevista em engenharia de produção

Principais atividades: Chefe do Departamento de Indústria, Comércio e Serviços; Coordenadora dos Censos Econômicos

Assuntos

  • Projeto Isaac Kerstenetzky;
  • informação estatística;
  • relações institucionais;
  • planejamento nacional;
  • indicadores econômicos;
  • mudanças de metodologia;
  • estatísticas econômicas;
  • estrutura organizacional;
  • autonomia técnica;
  • Censos econômicos 1985;
  • abertura política;
  • Associação dos Servidores do IBGE (ASSIBGE);
  • Estatísticas do Cadastro Central de Empresas;
  • estatística probabilística;
  • microempresa;
  • setor informal;
  • Censo cadastro;
  • Censo demográfico 1991;
  • Pesquisa Industrial Anual (PIA);
  • gestão pública;
  • informações básicas municipais;
  • políticas públicas;
  • neoliberalismo;
  • Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE);
  • estatísticas industriais;
  • Sílvio Augusto Minciotti; Simon Schwartzman;
  • interferência política;
  • estatísticas primárias;
  • estatísticas derivadas;
  • Jessé de Souza Montello;
  • demissões; Nova República;
  • Sérgio Besserman Vianna;
  • disputas pelo poder;
  • Eduardo Pereira Nunes;
  • disponibilidade de servidores;
  • sindicalismo;
  • Sistema Estatístico Nacional (SEN)

Sumário

  • ingresso no IBGE em 1974 na gestão de Isaac Kerstenetzky (1970/1979);
  • designação para o grupo de indicadores econômicos do Departamento de Estatísticas Derivadas e Estudos Econômicos (atual Departamento de Contas Nacionais);
  • Isaac Kerstenetzky e a estruturação integrada do IBGE e a adequação da produção de informações às necessidades do planejamento em função do planos nacionais de desenvolvimento;
  • influência do Projeto Brasil Potência na produção de informações;
  • sintonia entre a Secretaria de Planejamento da Presidência da República e a área de indicadores econômicos;
  • equipe de trabalho montada por Isaac Kerstenetzky em função das mudanças o IBGE;
  • organização da área de pesquisas econômicas como exemplo da nova estruturação do IBGE;
  • gestão Amaro da Costa Monteiro na Diretoria Técnica;
  • qualidade da produção do IBGE durante a gestão de Isaac Kerstenetzky;
  • cargo de Coordenadora dos Censos Econômicos 1985 no contexto da reabertura política e do movimento sindical dos trabalhadores do IBGE;
  • avaliação dos Censos econômicos 1985: 1- procedimentos e métodos de trabalho, 2- introdução do Cadastro Geral de Contribuintes (CGC) e formação do Cadastro Central de Empresas, 3- informações da empresa integrada a seus estabelecimentos), 4- construção da ponte necessária à elaboração das 
  • pesquisas por amostragem probabilística, 5- tratamento diferenciado na análise de dados para microempresas, 6- contribuição ao projeto de economia informal, 7- interação do dado social com o econômico nas estatísticas primárias, 8- a base de transição dos censos econômicos para o Censo cadastro;
  • adiamento do Censo demográfico 1990 e a suspensão dos Censos econômicos 1990 no governo Fernando Collor de Melo;
  • realização do Censo demográfico em 1991 e a transição dos censos econômicos para o Censo cadastro na gestão de Eduardo Augusto Guimarães (1990/1992);
  • substituição dos censos econômicos por um novo modelo de produção (pesquisas anuais de base amostral desenhadas a partir do Cadastro Central de Empresas, atualizado pelo Censo cadastro);
  • IBGE como produtor de dados e instituição de pesquisa;
  • abordagem de ordem conceitual e metodológica sobre o Cadastro Central de Empresas e as pesquisas anuais de base amostral da indústria, comércio e serviços;
  • questão do processo de renovação das chefias e da construção de canais institucionais de debates;
  • substituição dos censos econômicos por um novo modelo de produção e a lacuna relativa ao município com a produção de estatísticas de âmbito nacional;
  • agenda dos institutos internacionais de pesquisas estatísticas na nova ordem econômica mundial;
  • estatísticas na Constituição de 1988: 1- o IBGE e a questão metodológica, 2- a produção de dados pelos estados da federação; a questão da lacuna de informações em nível local e municipal para o planejamento das políticas de governo no contexto da nova estruturação da economia (globalização);
  • aspectos técnicos e políticos das mudanças ocorridas na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE);
  • produção das estatísticas industriais na fase de aceleração do processo de globalização da economia nos anos 90;
  • considerações de ordem técnico-política sobre o relacionamento do IBGE com o governo federal;
  • comentários sobre a gestão de Sílvio Augusto Minciotti (1993/1994);
  • reafirmação da necessidade de discussão sobre o papel do IBGE e a natureza das estatísticas produzidas;
  • questão política e técnico-científica na produção de informações;
  • estatísticas derivadas e a integração do planejamento à produção de informações como o cerne da gestão de Isaac Kerstenetzky;
  • autonomia técnica do IBGE na década de 1970 na gestão de Isaac Kerstenetzky;
  • questão das denúncias e demissões durante a gestão de Jessé de Souza Montello (1979/1985);
  • reversão das demissões políticas no IBGE com a Nova República; 
  • considerações sobre a gestão de Simon Schwartzman (1994/1999): 1- realização da Conferência Nacional de Estatística (CONFEST), 2- mudança do IBGE da Mangueira para a Av. Chile, 3- método e proposta de trabalho, 4- tratamento dado ao dinheiro público, 5- implicações políticas; aspectos da gestão de Sérgio Besserman Vianna (1999/203);
  • documento Muda IBGE encaminhado ao governo Luís Inácio Lula da Silva com indicação do nome para a presidência da Instituição com o objetivo de: 1- retomar o IBGE como um órgão de pesquisa, 2- integrar suas áreas de trabalho, 3- abrir canais de discussão, 4- resgatar a participação dos trabalhadores no cotidiano da Casa;
  • nomeação e a atual gestão de Eduardo Pereira Nunes;
  • comentários sobre as gestões de Edmar Lisboa Bacha (1985/1986) e Edson de Oliveira Nunes (1987/1988);
  • trauma da disponibilidade de funcionários na gestão de Eduardo Augusto Guimarães;
  • militância no movimento sindical dos trabalhadores do IBGE e o convite para ocupar cargo na gestão de Eurico de Andrade Neves Borba (1992/1993);
  • questão da passagem dos cargos de nível auxiliar para o nível intermediário;
  • trabalho relativo as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas;
  • autonomia técnica do IBGE durante a gestão de Isaac Kerstenetzky;
  • IBGE como Coordenador do Sistema Estatístico Nacional;
  • a mídia e as denúncias e demissões ocorridas durante a gestão de Jessé de Souza Montello.