
Severino Bezerra Cabral Filho (1944-2021), nasceu em 28 de abril de 1944, na Cidade de Vitória, Espírito Santo. Graduou-se em História pela Universidade Federal Fluminense em 1977 e obteve doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo em 1998. Entrou no IBGE em 1982 como assessor do Diretor Técnico, desde 2001 encontra-se cedido à Escola Superior de Guerra, onde foi diplomado no ano de 2000 em Altos Estudos de Política e Estratégia. Fez parte, em 1985, da Comissão destinada a organizar a reconstituição da evolução histórica do IBGE, denominada Projeto Memória. Na década de 1990, assessorou o Coordenador-Geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) na Comissão de Estatística do MERCOSUL. Membro Fundador e Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro da China e Ásia-Pacifico (IBECAP), atua e pesquisa na área de Estudos Internacionais. Fez parte da Primeira Missão Acadêmica à Ásia organizada pelo Ministério das Relações Exteriores em 1994. Proferiu diversas palestras e participou de missões acadêmicas na China.
Ficha técnica
Área de Atividade: Assessoria, documentação; disseminação de informações; memória institucional
Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.
Data: 22/10/2012
Local da gravação:IBGE/CDDI - Rio de Janeiro (RJ)
Duração: 170 min
Dados biográficos
Nome completo: Severino Bezerra Cabral Filho
Nascimento: Vitória (ES) - 28/04/1944
Falecimento: Rio de Janeiro (RJ) - 20/07/2021
Data de entrada no IBGE: 25/10/1982
Data de saída ou aposentadoria: em atividade, cedido à Escola Superior de Guerra
Formação ou cargo: História - Universidade Federal Fluminense (UFF); Doutor em Sociologia – Universidade do Estado de São Paulo (USP)
Principais atividades: Consultor da Presidência do IBGE; Assessor da Diretoria Técnica; Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia-Pacífico (IBECAP); professor da Escola Superior de Guerra (ESG) e da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Assuntos
- nova capital federal
- partidos políticos
- Estado Novo (1937-1945)
- criação do IBGE
- políticas de desenvolvimento
- planejamento nacional
- Jurandyr Pires Ferreira
- computador UNIVAC 1105
- Revolução civil-militar de 1964
- Isaac Kerstenetzky
- Jessé Montello de Souza
- Plano Cruzado
- Plano Real
- inflação
- planejamento estratégico
- Projeto Memória Institucional
- Exposição Comemorativa do Cinquentenário do IBGE
- memória institucional
- Mário Augusto Teixeira de Freitas
- Conselho Nacional de Geografia (CNG)
- Censo do MERCOSUL
Sumário
- Fatos nacionais e internacionais marcantes na sua infância e juventude
- urbanização e industrialização do Brasil
- a mudança da capital
- as crises políticas
- mudança do regime político
- o Estado Novo, a criação do IBGE e do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP)
- repercussão da morte de Getúlio Vargas em Vitória, sua cidade natal
- Juscelino Kubitschek e a passagem da capital para Brasília
- as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo da sua infância
- o ensino na rede pública
- o Partido Comunista Brasileiro (PCB), partido ilegal, mas com forte influência na vida cultural e política do país
- a União Democrática Nacional (UDN), partido líder da oposição
- o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), a Escola Superior de Guerra e os estudos sobre o desenvolvimento nacional brasileiro
- a escola sociológica paulista: Florestan Fernandes, Caio Prado Júnior e seus discípulos Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort e, grupos espalhados pelo Brasil, todos envolvidos na questão do desenvolvimento do país
- a participação na campanha de 1960, aos 16 anos, trabalhando para a eleição do Marechal Teixeira Lott contra o candidato Jânio Quadros
- a Comissão Geral de Inquérito criada por Jânio Quadros, o presidente do IBGE, Jurandyr Pires Ferreira, e a compra do computador UNIVAC
- a Revolução Cubana, de Fidel Castro, em janeiro de 1959 e seus ecos no Brasil
- as críticas de Jânio Quadros aos governos Juscelino Kubitschek e João Goulart, sua viagem à Índia, Egito e Cuba e a chamada “política externa independente”
- a mudança nos rumos da diplomacia brasileira
- a crise ocasionada pela renúncia de Jânio Quadros
- o plebiscito presidencialismo x parlamentarismo
- os estudos de filosofia
- a ligação com a juventude literária da época e a participação na Academia Capixaba dos Novos
- a opção pelo curso de História
- a revolução civil-militar de 1964
- os artigos no jornal “A Gazeta”, de Vitória
- a migração para a cidade do Rio de Janeiro
- o trabalho na Livraria Leonardo Da Vinci e o convívio com Carlos Drumond de Andrade, Carlos Lacerda, Roberto Campos, Eduardo Portela e o pessoal do cinema novo
- a transferência para o curso de História da Gama Filho e, posteriormente, para a Universidade Federal Fluminense
- convite para trabalhar no Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Cândido Mendes
- a revista Argumento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP)
- Ernesto Geisel e a distensão gradual do regime autoritário: o fim da censura, a eleição para renovação do senado e da câmara e a mudança do quadro político
- o trabalho na Fundação Getúlio Vargas
- Isaac Kerstenetzky e a reestruturação do IBGE na década de 1970
- o ingresso no IBGE, em 1982, como assessor da Diretoria Técnica
- a crise de 1982 entre o Diretor Técnico do IBGE e o ministro Delfim Neto sobre os índices de preços
- o trauma institucional com a saída de Isaac Kerstenetzky
- a forte resistência à figura do presidente Jessé Montello
- a anistia e o novo jogo político
- a eleição de 1982 e os estados de Minas Gerais (Tancredo Neves), São Paulo (Franco Montoro) e Rio de Janeiro (Leonel Brizola) na mão da oposição
- o grande feito do governo Geisel: o Pró-Álcool e a conta petróleo, a ampliação do parque siderúrgico nacional, a criação das condições de uma indústria de base interna para diminuir a dependência externa
- eleição de Fernando Collor, a falta de apoio político e o impechmant
- o governo de conciliação nacional de Itamar Franco
- Plano Cruzado e Plano Real
- inflação e crescimento do país
- transposição das águas do São Francisco e a irrigação da Região Nordeste
- usina de Belo Monte e a geração de energia para a Amazônia
- Getúlio Vargas e os projetos de integração do Brasil
- planejamento estratégico para o país
- criação de um projeto de memória institucional no momento da mudança do ciclo do governo militar para a democracia, e a abertura do campo de trabalho para historiadores no IBGE
- a comissão “Projeto Memória do IBGE”
- a exposição comemorativa do cinquentenário
- a coleção “Obras Raras” da Gerência de Biblioteca e Acervos Especiais
- a história da estatística no Brasil, mais tarde desenvolvida por Nelson Senra, como um dos projetos pensados pela comissão de memória institucional em acordo com o modelo de história da estatística na França, que produziu uma história da instituição e da disciplina
- a formação do acervo da memória institucional
- a necessidade de se fazer a história da geografia no Brasil e do Conselho Nacional de Geografia (CNG)
- Teixeira de Freitas, o mapeamento do estado de Minas Gerais para o Censo 1920, a conferência sobre educação e a ideia de que um órgão de estatística necessita de um órgão de geografia
- o Conselho Nacional de Geografia
- a criação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
- a crise da estatística de 1952
- o IBGE como núcleo centralizador do processo de criação da comissão de estatística do MERCOSUL
- o curso na Escola Superior de Guerra e o convite para fazer parte do quadro permanente de professores
- as medalhas recebidas como professor e conferencista
- as relações Brasil-China, a criação e o trabalho como diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia-Pacífico (IBECAP).