Pedro Pinchas Geiger


Pedro Pinchas Geiger (1923 - ), nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1923. Graduou-se em Geografia pela Faculdade Nacional de Filosofia (1939-1943), e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concluiu o Doutorado, em 1970. Teve como orientador o Professor Delgado de Carvalho. Especializou-se em geografia urbana e industrial e é considerado um dos principais pesquisadores da segunda geração do Conselho Nacional de Geografia do IBGE, onde ingressou em 1942. Inicialmente, trabalhou na área de geografia física, mas, pouco a pouco, orientou suas pesquisas para os campos da urbanização e da industrialização, inaugurando uma nova linha de pesquisa, que se preocupou com as transformações econômico-sociais ocorridas nas áreas rurais periféricas aos grandes centros urbanos. Os estudos sobre os processos de ocupação rural-urbana desenvolvidos na Baixada Fluminense (RJ), entre 1951 e 1953, são os exemplos mais característicos. Uma questão importante observada por Geiger é a vinculação com a Presidência da República, que os primeiros chefes da geografia do IBGE - Christovam Leite de Castro, Jorge Zarur e Fábio de Macedo Soares Guimarães - demonstravam possuir no início dos anos de 1940. Para ele, a estruturação das principais linhas de poder acadêmico e administrativo do IBGE, até o final da década de 1960, resultou das interações e conflitos que permearam a trajetória profissional desses geógrafos. Possui uma valiosa produção com mais de 70 títulos, entre livros e artigos em revistas especializadas. Na década de 1970, engajou-se no movimento chamado Geografia Quantitativa, que vigorou fortemente no IBGE e no Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista – UNESP de Rio Claro. Após aposentar-se, em 1984, intensificou suas atividades acadêmicas como Professor Visitante na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-1995).

Se não conseguir visualizar o clipe da entrevista na janela abaixo, clique aqui.

Ficha técnica

Nome: Pedro Pinchas Geiger

Área de Atividade: Geografia

Depoimento realizado no contexto do Projeto de História Oral. Integra o Sistema de Preservação e Disseminação da Memória Institucional e tem por objetivo reconstituir o processo de formação e evolução do IBGE.

Data: 06/04/2006

Local da gravação: Auditório do CDDI

Duração: 158 min.

Dados biográficos

Nome completo: Pedro Pinchas Geiger

Nascimento: Rio de Janeiro (RJ) - 01/03/1923

Data de entrada no IBGE: 1942

Data de saída ou aposentadoria: 1984

Formação ou cargo: Geografia e História – Universidade do Brasil; Especialização em Grenoble (França); cursos no IBGE: Pedologia (com José Setzer), Geomorfologia (com Francis Ruellan), Fitogeografia (com Pierre Dausereau), Geografia Urbana (com Michel Rochefort) entre outros.

Principais atividades: Chefe do Departamento de Geografia; Chefe da Seção Sul do Departamento de Geografia; Coordenador do Grupo de Pesquisas da Geografia das Indústrias (representou o Departamento de Geografia no IPEA e na Comissão Nacional de Desenvolvimento Urbano - CNDU); Assessor do Instituto Pereira Passos (IPP – Prefeitura da Cidade do Departamento do Rio de Janeiro); na data da entrevista ocupava o cargo de Pesquisador Titular III e lecionava na Universidade Estácio de Sá (Economia e disciplinas afins).

Assuntos

  • Francis Ruellan;
  • Michel Rochefort;
  • pensamento geográfico francês;
  • expedições geográficas;
  • pesquisa de campo;
  • Revolução civil-militar de 1964;
  • intervenção federal;
  • Hilgard O’ Reilly Sternberg;
  • Pierre George;
  • Estado Novo (1937-1945);
  • divisão regional;
  • geografia quantitativa;
  • regionalização;
  • geografia crítica;
  • Leo Waibel;
  • geografia agrária;
  • geografia urbana;
  • geografia humana;
  • abertura política;
  • Clube dos Ibgeanos

Sumário

  • formação primária no Pedro II;
  • relações de nepotismo nos primórdios do IBGE e em outras instituições;
  • a Reforma Capanema;
  • formação complementar e universitária;
  • os professores franceses Francis Ruellan e Michel Rochefort;
  • as expedições geográficas; ingresso no IBGE;
  • geógrafos e cartógrafos na década de 1940;
  • o golpe de 1964 nas universidades e no IBGE;
  • Hilgard Sternberg e a escola Pierre George no IBGE;
  • relação do IBGE com o Governo Federal e o IPEA;
  • corporativismo no IPEA (gestão de Roberto Campos);
  • associações e sociedades de geografia;
  • a terceira expedição à região do Jalapão;
  • a entrada do Brasil na II Guerra;
  • o relatório “classificação social das cidades” não publicado;
  • Estado Novo;
  • divisão física do Brasil;
  • a geografia da Universidade do Estado de São Paulo (USP) e o IBGE;
  • considerações sobre o capitalismo e o marxismo;
  • aposentadoria em 1984;
  • o IBGE como um órgão sui generis;
  • a geografia quantitativa;
  • a geografia marxista;
  • o geógrafo alemão Leo Waibel;
  • política no IBGE: União Democrática Nacional (UDN) e Partido Social Democrático (PSD);
  • publicação do primeiro livro: “Estudos rurais da Baixada Fluminense”;
  • a industrialização do Estado do Rio de Janeiro;
  • o trabalho com geografia agrária, urbana e política;
  • a migração interna na década de 1950;
  • trabalho na Secretaria de Justiça do governo Carlos Lacerda (Estado da Guanabara);
  • estudo sobre movimento pendular (movimento realizado diariamente por trabalhadores) no Rio de Janeiro;
  • objetividade e subjetividade na geografia;
  • o IBGE e o IPEA no regime militar;
  • regionalização e metropolização;
  • períodos democráticos e modernização da geografia; o “Clube dos Ibgeanos” (ação de massas).