José Carlos de Macedo Soares

Presidente do IBGE: 1936-1951 e 1955-1956

Filho de José Eduardo de Macedo Soares e de Cândida Sodré de Macedo Soares, nasceu na cidade de São Paulo (SP), no dia 6 de outubro de 1883. Estudou o curso primário na Escola Modelo Caetano de Campos e o curso secundário no Ginásio de São Paulo. Em 1905, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo.

Macedo Soares lecionou Economia Política e Ciência das Finanças na Escola de Comércio Álvares Penteado (SP), assumindo, na mesma época, a direção do Ginásio Macedo Soares. Político, advogado, industrial, diplomata, sociólogo e historiador, teve destacada atuação na vida pública e no setor privado do país. Em 1909, participou da Campanha Civilista, quando apoiou a candidatura de Rui Barbosa à Presidência da República. Em 1923, assumiu a presidência da Associação Comercial de São Paulo, e, como tal, também prestou relevantes serviços durante a Revolta de 5 de Julho (São Paulo, 1924).

Em janeiro de 1930, hospedou Getúlio Vargas quando de sua visita a São Paulo, dando início a uma significativa e duradoura amizade. Nesse mesmo ano, participou do movimento da "Aliança Liberal", que apoiava a candidatura de Getúlio, e integrou o primeiro governo provisório paulista como titular da Secretaria do Interior. Durante o ano de 1932 desempenhou algumas missões diplomáticas na Europa. Ao retornar, elegeu-se deputado federal constituinte por São Paulo nas eleições de maio de 1933. Em julho de 1934, foi nomeado ministro das Relações Exteriores no governo constitucional de Getúlio Vargas. Sua passagem pelo Ministério do Exterior foi marcada pelo revigoramento da melhor tradição diplomática brasileira, ao defender e promover a paz no continente e no mundo. Em 1935, trabalhou pela assistência e colaboração do Brasil para uma solução pacífica no conflito entre Bolívia e Paraguai, participando das negociações que resultaram na "Paz do Chaco". Por tal desempenho, foi consagrado pela imprensa como "Chanceler da Paz". Afastou-se do Ministério em 2 de janeiro de 1937. Em julho de 1937 foi nomeado Ministro da Justiça, permanecendo até novembro de 1937.

Presidiu o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1939-1968), a Academia Brasileira de Letras (1942-1943), da qual foi eleito membro em dezembro de 1937, e a Sociedade Brasileira de Geografia (1945-1951). De novembro de 1945 a março de 1947 foi interventor federal no Estado de São Paulo. Em novembro de 1955, voltou a dirigir o Ministério das Relações Exteriores durante a presidência interina de Nereu Ramos, afastando-se do cargo em 1958.

Presidente do IBGE nos períodos de 29 de maio de 1936 a 30 de janeiro de 1951 e de 17 de novembro de 1955 a 3 de maio de 1956, Macedo Soares participou das primeiras discussões sobre a criação do IBGE ao lado do Marechal Juarez Távora e do Professor Teixeira de Freitas, e, nesse sentido, na formulação de decretos e regulamentos que dariam o desenho inicial do Sistema Estatístico e Geográfico Brasileiro. Em 1936 foi convidado por Getúlio Vargas a fundar o Instituto e assumir sua primeira presidência onde permaneceu por 15 anos consecutivos. Como presidente, acompanhou com grande interesse o planejamento e a execução dos Recenseamentos Gerais de 1940 e 1950 e atuou diretamente na Campanha Nacional dos Mapas Municipais. São marcos de sua administração o estabelecimento de critérios visando a integração humana e fronteiriça de todo o território nacional; a preconização do ideal municipalista e da valorização do interior brasileiro; e a criação do Serviço Gráfico do IBGE, considerado como um estabelecimento padrão na América do Sul.

Macedo Soares faleceu em São Paulo, no dia 29 de janeiro de 1968.